Personagem querida dos
sandumonenses, Marli Duarte de Sá, carinhosamente chamada por todos de“Lili Bolero”, era uma mulher que
a todos contagiava com o seu jeito moleque e irreverente de viver.
Com seu jeito diferenciado e
próprio de se vestir, chamava a atenção pelos shorts muito curtos, inúmeras
pulseiras,anéis, tornozeleiras e quase
sempre descalça.
Apaixonada pelo Flamengo,
enlouquecia quando seu time vencia, sendo uma das primeiras pessoas a aparecer
na avenida,para as comemorações e, é claro,
vestida de vermelho e preto dos pés à cabeça.
“Lili Bolero” tinha também o seu
lado místico, sendo uma cartomante conhecida e requisitada por muitos.
Conhecida também pelo seu enorme
prazer pela dança, não perdia sequer um show na praça onde dançava, sem parar,até a execução da última música.
Mãe dedicada, tinha uma grande
preocupação com a educação dos filhos, que estudavam no Colégio Pio X, onde
trabalhei por alguns anos e pude
testemunhar a dedicação desta mulher para que seus filhos tivessem o melhor
aprendizado.
“Lili Bolero”, tida por muitos
como uma pessoa alienada, pelo contrário, era muito atenciosa, participativa e
carinhosa com aqueles com quem conviveu.
“Lili Bolero”, mulher intrigante
que marcou época em nossa terra.
Doquinha/agosto 2015
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ResponderExcluirA minha mãe, Hilda Fernandes de Araújo, uma mulher cosmopolita que chegou em Santos Dumont na década de 50, depois de ter viajado o mundo e uma das primeiras mulheres a ingressar na Escola de Enfermagem da UFMG, em Ouro Preto, adorava fotografar, conversar e conhecer as pessoas. Ela tinha tempo para isso. Os negócios da família estavam no auge e minha mãe adorava história, literatura, filosofia e artes. Assim eu a seguia, por todos os pontos de Santos Dumont, inclusive à casa de Lili Bolero (que também frequentava a nossa residência). Eu novinho, vendo aquela mulher vigorosa, espiritualmente poderosa, provocando grandes e belas risadas na minha mãe, ficava maravilhado com a sua imagem. As duas foram cúmplices de uma natividade muito própria da cidade. Eram outros tempos, outras narrativas...
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