Vamos falar de José Sérgio de Paula “O Leão da Mantiqueira”, nascido em Dores do Paraibuna - Santos Dumont, em setembro de 1896.
“Leão da Mantiqueira” era um homem muito forte e alto. Medindo quase dois metros de altura, tinha as mãos grandes que quando fechadas sinalizavam o peso de um soco.
Foi famoso por suas lutas de Box, muitas realizadas no antigo Cine Brasil, que hoje não existe mais, entre elas com os lutadores Pantera, Espicha, Saravante, Jaguar do Norte e o boxeador que se tornou reconhecido nacionalmente “Joel Budu”, para quem Leão perdeu por nocaute, sem, no entanto se sentir um derrotado, por ter sido nocauteado por um lutador famoso.
Mas a vida de Leão não se resumia só em lutas; foi um exemplar pai de família, Comissário de Menores e segurança particular de pessoas ilustres, entre elas o diretor da Central do Brasil, na época, Sr.Alencastro Guimarães.
No meio político conviveu com ilustres personalidades brasileiras, como Juscelino Kubstcheck e Getúlio Vargas. Toda esta história foi guardada através de correspondências a ele enviadas e que se encontram sobre a guarda da família.
Dona Jesuína, sua segunda esposa, nos disse ainda que Leão da Mantiqueira era procurado por muitos amigos e pessoas da cidade e região para se benzerem, por ser o Leão um homem de muita fé.
Apesar de ter nascido em Dores do Paraibuna, ele viveu em Mantiqueira e acreditamos que o apelido lhe foi dado devido à sua vida na região e sua grandiosidade. Leão sempre foi e será muito admirado e respeitado por todos os seus conterrâneos.
Do “Leão da Mantiqueira” ficaram histórias que levaríamos tempo para contar...
Foi um grande homem
ResponderExcluirO Leão da Mantiqueira viveu alguns anos em Cruzeiro, SP.
ResponderExcluirNão me lembro bem dos anos. Eu era molecote. Vivia na estação da estrada de ferro. Pegava malas e catava chumbinhos lacradores de vagões para vender a peso. Ali se cruzavam a Rede Mineira de Viação e a Central do Brasil. Um movimento inusitado de pessoas. Eram religiosos que iam a Aparecida pagar promessas. Eram veranistas que subiam para as estações de água mineiras. No meio daquela gente inquieta, correndo, trombando, circulavam dois tipos característicos do lugar: os batedores de carteira que residiam nas pensões que ficam na rua Um, defronte à estação; e os policiais civis, atentos para qualquer alarme de furto.
Os batedores ficavam de olho nos viajantes e quando viam alguém com carteira recheada ficavam rodeando, rodeando até que tinham a oportunidade de surripia-la. Pegavam a carteira e já corriam para as pensões. Dado o alarma, os detetives também corriam para as pensões. Não para prender o bandido, mas para pegarem a parte deles.
Lá um dia, chegou o Leão da Mantiqueira, não sei contratado por quem, mas que acabou com a roubalheira, com seu método agressivo de destemido e agarrar bandidos pelas golas dos paletós (eles andavam bem vendidos) , levantarem-nos gritando: “Já num sabe? Aqui é o Leão da Mantiqueira!” A bandidagem medrosa não só da cadeia, mas também da humilhação, acabou desaparecendo da estação. E os detetives bandidos, não sei o que se fez deles. Mas sumiram também, acabou-se a boca deles.
Antônio Pereira da Silva - apis.silva@terra.com.br