sábado, 17 de março de 2012

‘Zé Pedro’ e o Carnaval de Santos Dumont

Caro leitor, lembrar José Antonio Pedro nesta crônica é resgatar o popular “Zé Pedro” e não o político que foi. Exceto, quando candidato, gostava de sair distribuindo balas para as crianças nos locais onde visitava para pedir apoio. Claro que esse era um meio estratégico de atrair as pessoas para o seu comício. Quero falar aqui do homem, com suas manias e seu jeito todo particular de ser, que conviveu conosco por muitos anos.

“Zé Pedro”, por onde passava, logo uma brincadeira saía. Trajando roupas mais despojadas, sempre comentavam que ele mais parecia o saudoso Mazzaropi, pelo seu jeito de andar, sempre com a calça baixa, deixando aparecer a ceroula, o que era alvo de comentários entre os populares, sendo que isto tornou-se a sua “marca registrada”.

Se vestido para um momento mais formal, onde se pedisse o uso de um terno, assim ele o fazia, mas com a camisa social deixando o colarinho desabotoado e a gravata folgada, abaixo do pescoço.

Lembro-me bem de alguns comentários dos amigos do “Seu Zé”, que quando com ele saía, era bom sempre dizer que não tinham nenhum “trocado” no bolso, pois ele era sempre assediado por todos que sempre lhe pediam pra pagar um doce, uma cerveja ou até mesmo uma pinguinha. Ele mais do que depressa e com a maior tranquilidade, virava-se para o amigo mais próximo que lhe acompanhava e dizia: “Paga aí pra mim, que depois eu acerto com você...”. E ficava por isso mesmo...

No período de carnaval, “Seu Zé”ficava eufórico, pois acredito ser uma das festas que ele mais gostava. Saía a entregar medalhas aos foliões pelas ruas da cidade e se houvesse desfile de escolas de samba, esperava a entrada de cada uma delas na avenida para entregar aos respectivos presidentes um troféu de participação no carnaval.

Muitas vezes participou da ‘Banda Furiosa’, ao lado do seu fundador, o saudoso Geraldo Coutinho, tocando surdo e usando o seu uniforme de cor “caque”, com o seu chapéu tipo Panamá.

Foi também um dos componentes do famoso “bloco das Mulinhas”, onde se divertia galopando e dando corridas alucinadas atrás de quem os assistia, fazendo as crianças delirarem.

Zé Pedro sempre gostou de festas, principalmente as mais populares, e delirava com a explosão de fogos de artifícios a iluminar o céu da sua “Querida Santos Dumont”.

Muitos o procuravam para pedir ajuda para alguma festa popular (folclórica ou religiosa) e ele ajudava com algum brinde que sempre tinha em sua loja, a famosa ‘Casa Combate’, não deixando de participar do evento.

Lembro- me também de uma vez em que seu time do coração, o Vasco da Gama, foi campeão e ele, no dia seguinte, como prefeito, hasteou a bandeira do timão no mastro oficial da Prefeitura.

Este era o “Zé Pedro”: irreverente e carismático.

José Antônio Pedro foi uma das figuras mais populares e folclóricas desta terra, terra esta que ele tanto amou.

A ele, nossa homenagem nesta crônica simples, mas que retrata um pouco do seu jeito de viver.


Um comentário:

  1. Ele foi um grande amigo do meu pai. Aliás, eram comerciantes próximos. As visitas aconteciam em ambas as lojas (Casa Combate e Pechincha). Me lembro muito dele.

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